Maic Não Quer Cruzar: cinema para refletir sobre masculinidade, bullying e preconceito

O cinema tem a capacidade de abrir conversas urgentes e provocar reflexões profundas. É nesse caminho que se insere Maic Não Quer Cruzar, novo filme da Voo Audiovisual. A trama acompanha Davi, um menino que se vê frustrado quando seu cachorro, Maic, se recusa a cruzar. O episódio, aparentemente banal, desencadeia um conflito que ultrapassa o comportamento animal e revela como cobranças sociais ligadas à masculinidade afetam até as experiências mais cotidianas. Em paralelo, Davi participa de situações de bullying contra Binho, colega calado e alvo de comentários maldosos por não se adequar ao padrão de masculinidade imposto pelo grupo. O filme mostra como a rejeição ao diferente nasce cedo e é reproduzida sem que as crianças compreendam totalmente a violência que carregam em seus gestos.

Dentro de casa, o ambiente reforça o peso dessas construções. O pai de Davi, em conversas comuns durante partidas de futebol, lança comentários homofóbicos que moldam a visão do filho sobre o que significa “ser homem”. A mãe tenta amenizar, mas a força dessas palavras deixa marcas. Em outro momento, a dúvida de Davi sobre a reprodução entre animais do mesmo sexo expõe como a falta de diálogo e de informação em espaços como a escola pode alimentar preconceitos que se transformam em intolerância.

A pressão do grupo de amigos também ocupa papel central. Quando Davi se torna alvo de zombaria por causa do cachorro, sente-se dividido entre a necessidade de ser aceito e o incômodo com a exclusão que presencia. Sua melhor amiga confronta o preconceito, mas isso não basta para aliviar o conflito interno do protagonista. O filme se constrói justamente nesse território de tensões, em que a busca por pertencimento convive com a angústia diante da injustiça.

Maic Não Quer Cruzar não oferece respostas fáceis. A força da obra está em evidenciar como a homofobia e a masculinidade tóxica atravessam a infância, deixando consequências que se prolongam para a vida adulta. Mais do que narrar a história de um garoto e seu cachorro, o filme propõe uma reflexão sobre como preconceitos são cultivados em pequenas ações, dentro de casa, na escola e nas relações de amizade. Ao espelhar essas situações, a produção convida o público a encarar o desafio de romper ciclos de intolerância e a reconhecer a urgência de construir outras formas de convivência.

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